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O SR. PRESIDENTE (Laercio Oliveira) – Concedo a palavra pela Liderança do PSDB ao Deputado Nelson Marchezan Junior.
O SR. NELSON MARCHEZAN JUNIOR (PSDB-RS. Como Líder.) – Sr. Presidente, caros colegas, não é de hoje que a imprensa brasileira retrata a falta de uma postura altiva do nosso País em relação a alguns companheiros e vizinhos da América do Sul. Companheiros deste Governo que nada fazem para impedir que a criminalidade alastre-se nas fronteiras do Brasil.
Mas aqui hoje me refiro especificamente à Bolívia e ao embaixador da Bolívia no Brasil, permitam-me eventuais erros de pronúncia, Jerjes Justiniano Talavera, que foi apontado como um advogado de Santa Cruz de la Sierra que tem relações profissionais com membros de organizações criminosas como, por exemplo, o conhecido Primeiro Comando da Capital, o PCC de São Paulo.
Enquanto o Brasil designava para o posto da Embaixada na Bolívia diplomatas da estirpe dos Srs. Marcel Biato e Eduardo Saboia, aquele país indicava um personagem que não poderia figurar no corpo diplomático, por suas ligações com o submundo da criminalidade.
A diferença ética e política é tão grande, que o governo boliviano fez pressões — o governo boliviano fez pressões — para retirar os diplomatas, Embaixador Marcel Biato, Eduardo Saboia, Manoel Montenegro, que foram extremamente eficientes na resolução de problemas como o dos torcedores corintianos presos, como no asilo político dado ao Senador Roger Molina, líder da oposição boliviana que foi retirado pela ação desses diplomatas do poder policial do Sr. Evo Morales.
E o pior é que o então Chanceler Antonio Patriota, ao lado de membros influentes do PT no Palácio, como os Srs. Gilberto Carvalho e Marco Aurélio, aceitaram a pressão e tudo fizeram para prejudicar esses diplomatas brasileiros.
O Brasil e a Câmara dos Deputados merecem ter acesso aos relatos diplomáticos da Bolívia feitos por esses membros do Itamaraty e que comprovam o envolvimento de autoridades do primeiro escalão, a princípio apenas do governo do Sr. Evo Morales, com o narcotráfico e a instalação de um país-satélite da Venezuela e até do Irã e da China.
O ex-Ministro de Justiça da Bolívia e ex-Presidente da Câmara dos Deputados da Bolívia, Sr. Luís Vásquez Villamor, disse à imprensa brasileira que cerca de 90% da cocaína daquele país vem para o Brasil.
E o que é pior: o Brasil e as autoridades brasileiras deste Governo sabem disso e aceitam que a Bolívia continue inundando nosso País com drogas, destruindo a sociedade, a família e as pessoas.
Há de se dar um basta nisso, Deputado Marcon!
Sr. Presidente, além do caso emblemático do Senador Roger Pinto Molina, hoje asilado em Brasília, centenas de opositores, sindicalistas, líderes religiosos, jornalistas e até membros do Judiciário são exilados ou forçados a fugirem de perseguições que aquele Governo impõe a seus países vizinhos, com o único intuito de garantir o terceiro mandato para esse ditador afilhado de Hugo Chávez.
No Brasil, hoje são cerca de 540 bolivianos, de um total de 720 em todo o mundo, na clandestinidade e exílio político pelas perseguições impostas.
Quero citar o caso do Governador de Tarija, Sr. Mario Cossío, que, como o Senador Roger Pinto Molina, está em pleno exercício do mandato outorgado pelo voto dos bolivianos. Eles foram claramente expulsos da Bolívia com mandatos em vigência. Uma situação esdrúxula: um é Governador no exílio em Assunção, no Paraguai; e o outro, Senador no exílio aqui no Brasil.
O Jornalista Ucho Haddad ainda registra que uma mala diplomática foi interceptada por cães farejadores da Polícia Federal no Aeroporto Juscelino Kubitschek. A mala foi identificada como sendo do companheiro do filho do embaixador boliviano no Brasil, Jerjes Justiniano Talavera, que foi obrigado a ir até o aeroporto para colocar panos quentes na situação.
O rapaz atua como advogado do criminoso Ozzie Dorado, irmão do líder do PCC Max Dorado, preso em 2010 na cidade de Santa Cruz de la Sierra e transferido, então, para o presídio federal de Catanduva.
No entanto, a demora para a chegada até a autoridade policial da tradução do pedido de extradição permitiu que Ozzie Dorado fosse libertado pelo competente e influente advogado boliviano.
Para concluir, Presidente.
Se o Governo de Evo solicitou que Marcel Biato fosse removido da embaixada brasileira de La Paz por ser hostil ao Governo local, o Palácio do Planalto tem a obrigação de usar a mesma régua para exigir a substituição do Embaixador Jerjes Talavera, que de longe é um poço de problemas e um poço de ilegalidade.
Por isso, Sr. Presidente, é importante o Brasil reagir e pedir a saída imediata do embaixador boliviano, pois ele não está à altura das responsabilidades do cargo, sendo um despropósito que a Bolívia mantenha esse senhor, com suas relações, em solo brasileiro representando aquele País.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Laercio Oliveira) – Meus cumprimentos, nobre Deputado Marchezan, por seu pronunciamento.
TV CÂMARA DOS DEPUTADOS
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